Parabéns a todas as mulheres... Não só pelo dia 8 de março, todavia pelos outros 364 dias do ano que trabalham, cuidam dos filhos, às vezes dos respectivos companheiros, organizam a casa e fazem mais umas duas mil tarefas diárias. Não é verdade? Claro que toda a regra tem exceções. Há mulheres cruéis, terríveis com seus familiares e não dão a mínima para muitas outras atividades. Porém, hoje, quero falar sobre a avó, mãe, irmãs, tias, primas, filhas, netas, amigas e diferentes formas de relacionamentos que existem. Achei que seria justo expor um poema que fale sobre cada tipo de mulher, afinal de contas cada uma de nós tem algo de especial e temos do mesmo modo diferentes formas de agir, por isso somos especiais. As nossas diferenças é que nos fazem ser tão apreciadas. Minhas palavras poderiam não dizer tudo ou se tornarem repetitivas, por isso aí vai um poema que escolhi com todo o carinho... Nada de feminismo e nada de machismo! Apenas uma simples reflexão. Parabéns a todas! Parabéns a todas as mulheres que conheço e convivo!
"A mãe e o pai estavam assistindo televisão quando a mãe disse:
- Estou cansada e já é tarde,vou me deitar !!!
Foi à cozinha fazer os sanduíches para o lanche do dia seguinte na escola, passou água nas vasilhas das pipocas, tirou a carne do freezer para o jantar do dia seguinte, confirmou se as caixas de cereais estavam vazias, encheu o açucareiro, pôs tigelas e talheres na mesa e preparou a cafeteira do café para estar pronta para ligar no dia seguinte.
Pôs ainda umas roupas na máquina de lavar, passou uma camisa a ferro, pregou um botão que estava caindo. Guardou umas peças de jogos que ficaram em cima da mesa, e pôs o telefone no lugar. Regou as plantas, despejou o lixo, e pendurou uma toalha para secar. Bocejou, espreguiçou-se e foi para o quarto. Parou ainda no escritório e escreveu uma nota para a professora do filho, pôs num envelope junto com o dinheiro para pagamento de uma visita de estudo e apanhou um caderno que estava caído debaixo da cadeira. Assinou um cartão de aniversário para uma amiga, selou o envelope, e fez uma pequena lista para o supermercado, colocou ambos perto da carteira.
Nessa altura, o pai disse lá da sala:
- Pensei que você tinha ido se deitar.
- Estou a caminho - respondeu ela. Pôs água na tigela do cão e chamou o gato para dentro de casa. Certificou-se de que as portas estavam fechadas. Passou pelo quarto de cada filho, apagou a luz do corredor, pendurou uma camisa, atirou umas meias para o cesto de roupa suja e conversou um bocadinho com o mais velho que ainda estava estudando no quarto. Já no quarto, acertou o despertador, preparou a roupa para o dia seguinte e arrumou os sapatos. Depois lavou o rosto, passou creme, escovou os dentes e acertou uma unha quebrada. A essa altura o pai desligou a televisão e disse:
-Vou me deitar.
E foi. Sem mais nada."
(Carlos Drummond de Andrade)
Nenhum comentário:
Postar um comentário